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domingo, 8 de julho de 2012

Dia da saudade

Hoje é um daqueles dias nostálgicos, que as lembranças parecem que tomam forma, que de repente com o vento vem um cheiro de saudade, de carinho, de afeto e de amor.
Há anos, não sei quantos, pois não conto, perdi a pessoa mais linda da minha vida, meu refúgio, minha paz, meu colo.
Tento me acostumar com essa ausência, com essa falta, com esse vazio, com essa história que não terminou.
Tento me conformar com as coisas ruins que acontecem na minha vida, e na vida das pessoas que caminham ao meu lado, e não consigo ver razão nessa partida nessa viagem que leva as pessoas que amamos.
A gente segue a vida, e é verdade que quanto mais o tempo passa mais a gente se acostuma com as coisas, a gente vive, sorri, e tem felicidade, mas tem aqueles dias que vem bruta a dor, que a gente tenta fugir, tenta não lembrar, mas daí percebo que tirei o dia pra chorar.
Chorar as coisas boas que vivemos juntas, as nossas risadas e brincadeiras, do cheiro de café sendo preparado que me acordava pela manhã, do pé de rosinha na porta da área, do estojo de maquiagens , dos sapatos e do perfume então, nossa! Das sonecas no sofá e da pele macia que só a minha avó tinha.
Todo domingo era em família, com macarronada, frango e coca-cola, com primos, tios e tias pela casa, com jogo de futebl e faustão, e no Natal era só alegria, tinha árvore de natal na sala, musiquinha natalina e abrir os presentes só no dia do natal, véspera não.
Hoje, procuramos nos manter unidos apesar dos caminhos diferentes que a vida toma todos os dias, mas não é mais a mesma coisa, nunca mais foi.
Eu queria voltar no tempo e receber aquele abraço que ela me dava quando eu chegava e me chamava de princesinha da vó, de mais uma vez fechar os olhos e sentir seu perfume, seu carinho e sua proteção.
Nós acreditamos que quando alguém morre, ela fica lá esperando Deus voltar para que então possa ressucitar.
Mas, certo ou não, eu sinto que ela tem me acompanhado, tem olhado por mim desde então.
Hoje foi um dia difícil, mas me entreguei às lembranças, as doces e as melhores lembranças que a minha vózinha D. Nair deixou para mim.
Obrigada vó, e como te amo.
Saudades.♥