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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Trajetória


Eu já poderia ter ido me deitar, mas decidi que enfrentaria minha dor de cabeça e meu sono por este texto.
Mas não é sobre dores e disposição que vim falar aqui;
Hoje a vontade de escrever, com o coração e com a alma, veio me visitar de novo, depois que eu assiti um filme, um filminho de criança (Flipped - O primeiro Amor), que me fez lembrar e pensar em muitas coisas, o filme passando, e na minha cabeça outro filme rodando. Me teletransportei ao passado e comecei a avaliar o que eu aprendi ao longo dos anos desde criança até os dias de hoje.
Sinto que amadureci, algumas coisas perderam o sentido, outras, o valor.
Não consegui me imaginar longe de onde estou, não consegui, não me sentir orgulhosa de quem eu me tornei, não consegui não pensar de como fui uma criança feliz , e bem criada, (apesar de tantas brigas e confusões), como minha estrutura cultural foi bem esculpida, em meio à boas conversas, boas músicas, como tive e  tenho bons amigos e como fui feliz ao escolhê-los para toda a minha vida, como meus pais me ensinaram o verdadeiro valor da vida e das pessoas, e como isso foi colocado de uma forma tão simples e pura; Entendi o sentido do amor.
Hoje me vendo com quase 24 anos, percebo sim que o tempo tem passado depressa, percebo que os valores mudaram, percebo quão triste tem sido este mundo, que se complica, e se afunila a cada dia que passa.
Tive também medo de ter filhos, mas logo me veio um sentimento estranho de que somos peças de um quebra cabeças, todos nós fazemos parte de um grande e único quebra cabeças.
Quero sim construir minha família, quero passar pra eles tudo de bom que aprendi, tudo que vivi, as coisas boas que ouvi, e mostrar as coisas belas que ainda existem para serem vistas, quero colocar no mundo uma parte de mim muito melhor, mas sem exigir que seja...quero filhos que saibam de coração o que querem ser, e sejam felizes por suas escolhas...sem cobrança, e com apoio, tudo no seu devido tempo.
Dar o que eu não tive...pode até ser...mas nada vem fácil, quero passar o que eu tive de bom, especialmente os valores que o dinheiro não compra (respeito ao próximo.)
Quero ter uma família como a minha, que é torta, mas é a que me fez crescer forte, e me fez entender que o mundo não é o que parece ser...Certa vez meu pai escreveu que o mundo era  um monte de lixo coberto de açúcar... ele tinha razão, as coisas estão cada vez mais perigosas, e tudo atrai com facilidade e te engana e te destrói.
Mas somos felizes suficientemente pra entender que tem coisa boa aí, e temos sempre que acreditar que nos reciclamos e melhoramos como filhos, pai e mãe, irmãos, tios, avós, maridos , esposa, namorados... e que somos todos uma só família, e que sim, como a vinte e pucos anos atraz , ainda vale a pena passar o que aprendemos, e dar o melhor que somos.

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